Como Reconquistar quem Você Ama?
- Luís Gustavo de Oliveira
- 12 de jun. de 2021
- 3 min de leitura
A primeira vez, a gente nunca esquece. Aquele frio na barriga, arrepio que sobe pela espinha, suor na mão e por aí vai uma lista de sensações, pensamentos, emoções e sentimentos. Sinto-me assim escrevendo o primeiro texto para o portal “Quero Evoluir”. É uma honra e uma responsabilidade produzir um conteúdo que seja claro, objetivo e faça sentido para vocês, leitores e leitoras.

O primeiro encontro
Falando em primeiras vezes, lembra quando conheceu a pessoa que você ama? A primeira troca de olhares, o nervoso sobre qual assunto puxar, como chegar. Aos poucos, vocês venceram a timidez e tudo fluiu. Conversaram, deram risada e trocaram o primeiro beijo. O tempo parou, o coração acelerou e mais emoções e sentimentos tomaram conta.
Vocês trocaram telefone e combinaram de se falar. Cada um foi para sua casa, lembrando cada segundo e aquela vontade de se ver de novo. No dia seguinte, novamente as dúvidas de quem ligaria primeiro, quem mandaria o primeiro “oi” e por aí vai. Vocês trocaram algumas mensagens, combinaram o primeiro encontro oficial. Mais conversas, risadas, cinema, pipoca, romance no ar. “Vai dar certo agora”.
Talvez essa descrição esteja romântica ou cinematográfica demais. Substitua essas experiências pela que você vivenciou e que faça mais sentido. Acelerando o tempo, o relacionamento fica sério, começaram a frequentar a casa, conheceram as famílias, a intimidade se intensificou. Aos poucos, tornou-se um conto de fadas “viveremos felizes para sempre”. Até que o tempo passa, você nota que aquela pessoa não é mais a mesma de antes. Nem você é. A chama parece se apagar, o que era maravilhoso, vira motivo de crítica. Os defeitos começam a ser mais notados que as qualidades. Discussões ficam mais frequentes também. Tudo é motivo para implicar, virar a cara, desligar o telefone, não responder às mensagens.
Vocês percebem que a relação está por um fio.
O começo do fim. O que fazer?
Alternativa A: Vamos aceitar que acabou, cada um segue sua vida. Vai doer, machucar, mas logo passa.
Alternativa B: Resgatar o relacionamento, em nome de tudo que já viveram juntos.
Como terapeuta de casal, pude acompanhar exatamente esse ponto: “não está dando certo”. “Porque você X”, “Mas você Y”. De repente cada um olha só para si mesmo. Aí eu faço a pergunta: “onde está o ‘nós’? ”. Pois é. O mais interessante é que esses casais também querem que dê certo, mas exigem que o outro precisa mudar, que o outro precisa voltar a ser como era no começo. Diz a música “Nada do que foi será/ De novo do jeito que já foi um dia”.
A responsabilidade pelo relacionamento é de ambos. O primeiro passo para que seja possível reconquistar quem se ama é diálogo. A famosa D.R. – Discutir a Relação. Mas discutir construtivamente, um ouvindo ao outro, colocando-se em seu lugar e entendendo suas necessidades, vontades, sonhos, objetivos, ações, atitudes, comportamentos. Entender por que chegaram a esse ponto, rever a história, valorizar as conquistas, qualidades, se reconhecerem. Aqui vale uma viagem a dois, uma terapia de casal, algo que os conecte de novo. É preciso ajustar as lentes e enxergar que existe uma diferença entre a pessoa que criamos em nossa imaginação e aquela pessoa real, que está na nossa frente e teve a coragem de ser autêntica e mostrar sua essência.
Por fim, é preciso entender se os dois têm o mesmo objetivo e vontade e estão dispostos a ceder e recomeçar juntos. Se faz sentido para ambos ou se é apenas por comodismo, para ficar na zona de conforto por medo de ficar sozinho novamente. Aprendi com a Pandora que amar é aceitar como é, sem esperar que mude, dando seu melhor. E como se fala nas cerimônias matrimoniais: “é de livre e espontânea vontade casar-se…”. Então, que seja de livre e espontânea vontade o casal decidir seguir o desafio de continuar juntos e darem seu melhor, diariamente.
Comments